6 de julho de 2013

Exposição PLANOS CONCRETOS _ obras e texto



 Madalena. Impressão e guache sobre papel. 47 x 60 cm. 2013



Quadras I, II, III, IV. Impressão sobre papel. cada 53 x 40 cm. 2013


Planos Concretos. Impressão sobre papel. 40 x 100 cm. 2013


Medeiros de Albuquerque. Impressão e guache sobre papel. 30 x 40 cm. 2013


Tapume II. Impressão e guache sobre papel. 10 x 49 cm. 2013


Tapume III. Impressão sobre papel. cada 20 x 26 cm. 2013


Radícula. Impressão sobre papel. cada 50 x 39 cm. 2013

                                     
Vista I Exposição Planos Concretos. Tag Gallery. 2013


Vista II Exposição Planos Concretos. Tag Gallery. 2013


Vista III Exposição Planos Concretos. Tag Gallery. 2013


A Exposição por Felipe Arruda

Antes que o Pari faça sombra no Carrão, o Perus esconda o Jaraguá, o Jaçanã se debruce sobre a Penha e São Domingos esprema o Limão; antes que o último a sair já nem precise mais apagar a luz e que remediar não tenha mais serventia, valeria, como faria qualquer paciente, ouvir uma segunda opinião.

É à cidade verticalizada, que faz do espaço tabuleiro e joga o escanteio no horizonte, que os trabalhos de Flavia Mielnik oferecem novas perspectivas. Ao flagrar e intervir nas camadas urbanas, a artista cria ilusões necessárias: planos de fundo e de futuro. O tapume que antes tapava, agora tapeia. Imagens à margem, ganham atenção. A ruína que estava à mostra, vira mostra; a obra, obra. Mas só para os olhos de hoje, nessa exposição. Pois, in loco, o ato é um carimbo insinuante, uma tatuagem provisória, um miniconto tingido na metrópole.

Intervir: intrometer-se, estar entre duas partes; tomar partido voluntariamente; tornar-se mediador; interceder; levantar-se em defesa. Se as realidades hipotéticas têm cunho poético, têm também punho político. Mexer na textura, na organização e na leitura do espaço. Trocar a construção pela imaginação civil. É discurso, manifestação. Bandeira individual que, largamente, abraça o coletivo.

As capas de realidade que o trabalho vela e desvela ainda levam além. Convidam-nos, passantes-espectadores-cidadãos, às histórias metidas entre frestas, rachas, cômodos e níveis, antes invisíveis. Abrem vãos e portais para memórias esquartejadas, sobrepostas, semi-silenciadas. Recontam tramas por metáforas arquitetônicas.

Assim, antes que nos esqueçamos da cara da rua, dos furos no muro, do parentesco entre a jarra, o barro e o tijolo; antes que deixemos de narrar os micro-acontecimentos do nosso entorno e que não escoremos mais os ombros na tinta lascada de uma casa antiga,  esses trabalhos nos contratam como testemunhas de um enredo afetivo, compartilhado, do qual, então, lembramos fazer parte. 



Período expositivo: de 23 de maio a 20 de julho de 2013
Rua Gonçalo Afonso, 99, Vila Madalena – São Paulo
Telefone: 2362-6888/ 2368-9361
De terça-feira a sábado, das 11h às 20h
Entrada gratuita/ Livre 

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