Madalena. Impressão e guache sobre papel. 47 x 60 cm. 2013
Quadras I, II, III, IV. Impressão sobre papel. cada 53 x 40 cm. 2013
Planos Concretos. Impressão sobre papel. 40 x 100 cm. 2013
Medeiros de Albuquerque. Impressão e guache sobre papel. 30 x 40 cm. 2013
Tapume II. Impressão e guache sobre papel. 10 x 49 cm. 2013
Tapume III. Impressão sobre papel. cada 20 x 26 cm. 2013
Radícula. Impressão sobre papel. cada 50 x 39 cm. 2013
Vista I Exposição Planos Concretos. Tag Gallery. 2013
Vista II Exposição Planos Concretos. Tag Gallery. 2013
Vista III Exposição Planos Concretos. Tag Gallery. 2013
A Exposição por Felipe Arruda
Antes que o Pari faça sombra no Carrão, o Perus esconda o Jaraguá, o Jaçanã
se debruce sobre a Penha e São Domingos esprema o Limão; antes que o último a
sair já nem precise mais apagar a luz e que remediar não tenha mais serventia, valeria,
como faria qualquer paciente, ouvir uma segunda opinião.
É à cidade verticalizada, que faz do espaço tabuleiro e joga o escanteio no
horizonte, que os trabalhos de Flavia Mielnik oferecem novas perspectivas. Ao
flagrar e intervir nas camadas urbanas, a artista cria ilusões necessárias:
planos de fundo e de futuro. O tapume que antes tapava, agora tapeia. Imagens à
margem, ganham atenção. A ruína que estava à mostra, vira mostra; a obra, obra.
Mas só para os olhos de hoje, nessa exposição. Pois, in loco, o ato é um
carimbo insinuante, uma tatuagem provisória, um miniconto tingido na metrópole.
Intervir: intrometer-se, estar entre duas partes; tomar partido
voluntariamente; tornar-se mediador; interceder; levantar-se em defesa. Se as realidades
hipotéticas têm cunho poético, têm também punho político. Mexer na textura, na
organização e na leitura do espaço. Trocar a construção pela imaginação
civil. É discurso, manifestação. Bandeira individual que, largamente, abraça o
coletivo.
As capas de realidade que o trabalho vela e desvela ainda levam além.
Convidam-nos, passantes-espectadores-cidadãos, às histórias metidas entre
frestas, rachas, cômodos e níveis, antes invisíveis. Abrem vãos e portais para
memórias esquartejadas, sobrepostas, semi-silenciadas. Recontam tramas por
metáforas arquitetônicas.
Assim, antes que nos esqueçamos da cara da rua, dos furos no muro, do
parentesco entre a jarra, o barro e o tijolo; antes que deixemos de narrar os
micro-acontecimentos do nosso entorno e que não escoremos mais os ombros na
tinta lascada de uma casa antiga, esses
trabalhos nos contratam como testemunhas de um enredo afetivo, compartilhado,
do qual, então, lembramos fazer parte.
Período expositivo: de 23 de maio a 20 de julho de 2013
Rua Gonçalo Afonso, 99, Vila Madalena – São Paulo
Telefone: 2362-6888/ 2368-9361
De terça-feira a sábado, das 11h às 20h
Entrada gratuita/ Livre
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